quinta-feira, 14 de abril de 2016

Europa na Baixa Idade Média


A Europa experimentou mudanças importantes.

- Crescimento demográfico


      A população da Europa experimentou crescimento vegetativo em aceleração a partir do século X. As taxas demográficas permaneceram altas nos séculos seguintes até a crise do século XIV. O crescimento da população resultou em excesso de mão de obra (excedentes populacionais) no meio rural. A falta de terras para distribuição de feudos estimulou o êxodo rural.




- Cruzadas
      Movimento militar-religioso (séculos XI a XIII) convocado pelo Papa. Tinha o objetivo declarado de libertar as terras sagradas para os católicos (Jerusalém e outras regiões do Oriente).
      Recebeu forte adesão dos nobres europeus que desejavam obter terras como feudo. Os resultados militares foram limitados. O principal resultado prático foi a abertura do mar Mediterrâneo para o comércio europeu.
      A influência técnica e cultural dos árabes cresceu à mesma medida que eram ampliadas as vendas de produtos orientais (especiarias) na Europa. A liderança nesse comércio foi exercida por algumas cidades italianas (principalmente Gênova e Veneza).
      Outra consequência importanter foi a consolidação da liderança do Papa na Europa.

- Renascimento Comercial.
      As melhorias técnicas na agricultura possibilitaram a disponibilização de excedentes de produção. Essa oferta de produtos agrícolas estimula o comércio regional e entre regiões da Europa e fora dela.
      Desenvolveram-se rotas de comércio que levavam mercadores e mercadorias por terra e pelos mares (rotas marítimas nos mares Mediterrâneo, Báltico e do Norte).
      Juntamente com os produtos agropecuários circulavam crescentes quantidades de matérias primas e de produtos manufaturados (artesanato - lembre-se de que ainda não havia fábricas).


- Renascimento Urbano e a Burguesia.

    O êxodo rural causou crescentes concentrações de pessoas em alguns cruzamentos de rotas comerciais, nas margens de rios navegáveis ou na fóz, em torno de antigas cidades muradas ou mosteiros.
      Parte da população dessas crescentes cidades dedicou-se ao comércio, parte ao artesanato. Dessa forma surgiram as associações de comerciantes (guildas ou hansas) e as de mestres artesãos (corporações de ofícios). Nessa fase, como resultado da ampliação do uso do dinheiro, alguns serviços especializados surgiram (financeiros), os especialistas nesse ramo foram chamados de banqueiros.
      Gradualmente os grandes comerciantes e banqueiros criaram especificidades sociais que os caracterizaram como uma classe social diferenciada: burguesia.

- Disputas entre o Imperador Católico e o Papa.
 
      A crescente liderança do Papa sobre a cristandade europeia, a partir do século XI, causou uma disputa com o Imperador do "Sacro Império Romano Germânico". Ambos queriam assumir o controle político sobre os católicos na Europa. A principal questão foi o poder de nomear e liderar os bispos católicos. Essa disputa ficou conhecida como "Querela das Investiduras".
      A solução do problema foi encaminhada pela "Concordata de Worms" (1122). O Imperador aceitou que o Papa nomeasse os bispos a partir de sugestões do Imperador e dos reis.

- Formação das monarquias feudais.

      Os chefes guerreiros adotaram crescentemente custumes e técnicas administrativas dos romanos. A conversão ao catolicismo foi um fator de aproximação com os padrões culturais romanos.
      A descentralização administrativa característica do feudalismo foi cedendo espaço, gradualmente. Esse processo ampliação da liderança dos reis (centralização) está relacionado ao crescimento populacional, urbano e comercial.
      As fronteiras dos reinos foram definidas por campanhas militares sucessivas, acordos e casamentos. A tendência foi baseada nas características culturais e linguísticas da população.

- As Universidades.
      A crescente complexidade do comércio e da administração dos reinos exigiu a preparação de pessoas com conhecimentos amplos. Até o século XII o conhecimento era monopólio da Igreja Católica (geralmente dominado por membros dos mosteiros). Por causa disso as primeiras universidades tinham forte ligação com a Igreja (escolástica).
Obs. - A "escolástica" tem duas possibilidades de significado. Um deles é mais limitado, refere-se às disciplinas ministradas nas escolas medievais: o Trivio (gramática, retórica e dialética) e o Quadrívio (aritimética, geometria, astronomia e música). O outro significado é mais amplo, reporta à linha filosófica adotada pelo Igreja Católica, durante a Idade Média (baseada nos escritos de Santo Tomás de Aquino e de Santo Agostinho). Essa modalidade de pensamento procura justificar a fé na doutrina religiosa, ensinada pelo clero católico, aceito como guardião das verdades espirituais,

- Guerras, peste e fome.

      Durante o século XIV novos fatores foram acrescidos às dificuldades do sistema feudal causando uma profunda crise na Europa: Guerras, epidemias (pestes) e fome (quebra nas colheitas de alimentos).
1) Guerras
- Guerra de Reconquista – processo de reconquista da Península Ibérica pelos cristãos (terminou em 1492).
- Guerra dos Cem Anos – lutas entre Inglaterra e França por domínios territoriais (1337 – 1453).
- Jacquerie – revoltas camponesas ocorridas no Norte da França (1358).
- Queda de Constantinopla – resultado da expansão do Império turco Otomano (1453), o que resultou na conquista da cidade de Constantinopla pelos turcos (muçulmanos) e na expansão islâmica na Europa Oriental e Central.
2) Pestes
- Devido às baixas condições de higiene e as deficiências na alimentação várias epidemias se espalharam pela Europa, causando grande número de mortes (1/3 da população europeia). A epidemia mais grave foi a peste negra (peste bubônica).
- A alta mortalidade e as migrações (fugindo das pestes) causaram grande falta de mão de obra para a lavoura, o que agravou as dificuldades econômicas e a desordem social e política.
3) Fome
- Entre 1315 e 1317 chuvas excessivas causaram quebras na produção de alimentos em algumas regiões da Europa. A má alimentação agravou as epidemias (pessoas fisicamente debilitadas pela fome). As epidemias mataram muitas pessoas, diminuindo ainda mais a produção de alimentos por falta de trabalhadores. As guerras causaram grandes desordens e deslocamentos de populações, agravando os problemas para produzir alimentos. Esse período ficou conhecido como a Grande Fome.
Obs – A desordem na sociedade feudal facilitou às mudanças políticas e econômicas: centralização política dos reinos sob a liderança dos reis e o aperfeiçoamento das relações capitalistas.
 P.S. - Aguarde a publicação dos exercícios do capítulo 8.

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