terça-feira, 26 de abril de 2016

Roteiro de Estudo

O que será cobrado na 1ª Certificação?
Livro:
- Capítulo  8 – partes 1, 2, 4 e 5.
- Capítulo  9 – partes 1, 2, 3 e 4(apenas as pág. 123 e 124).
- Capítulo  11 – partes 1, 2 e 3.
- Capítulo 12 – partes 1, 2 e 3.
Exercícios – apenas os que correspondem aos capítulos e partes citadas nesse roteiro.
Blog – Com o tempo  – estudar as seguintes postagens:
- Europa na Baixa Idade Média.
- Crise no século XIV – Europa.
- Expansão Marítima e Comercial Europeia.

Expansão Marítima e Comercial Europeia


          Durante os séculos XV, XVI e XVII alguns reinos europeus organizaram expedições marítimas que exploraram os oceanos e encontraram rotas para todas as partes do mundo. África, Ásia e América passaram a ser sistematicamente exploradas, suas populações sofreram dominação e as suas matérias primas foram levadas, o que enriqueceu a Europa.

O comércio que era restrito as rotas de caravanas terrestres e aos mares que banham a Europa passou a ser mundial. Frequentemente dizemos que esse seria o início do processo de “globalização”.
 

I – Pré-condições

Para que fosse possível a expansão marítima acontecer algumas condições prévias se desenvolveram.
- Formação dos Estados Nacionais – centralização política e administrativa sob a liderança dos reis.
- Desenvolvimento técnico – armas de fogo, aperfeiçoamento dos navios, instrumentos de navegação, abundância de capitais, interesse produtos orientais (especiarias) sem a intermediação das cidades italianas e mercadores muçulmanos (monopólio árabe-italiano sobre o comércio de especiarias).
- Carência de metais preciosos – desejavam encontrar ouro e prata fora da Europa; faltava metais para fabricar moedas.

- Excedentes populacionais disponíveis – para serem mobilizados como marujos, soldados, funcionários de “além-mar” e colonos (pessoas que aceitavam viver nas terras conquistadas).
- Disponibilidade de capitais para investir em expedições – Igreja (expansão da fé), burguesia (ampliação do comércio) e nobreza (terras), rei (ampliação do poder e do prestígio).
- Ideologia da expansão do cristianismo – desejava converter os pagãos de outros continentes.

II – Rota do Périplo Africano (ou Rota Oriental).
A ideia de contornar o continente africano para chegar às Índias foi desenvolvida por navegadores portugueses.
Portugal foi o pioneiro na expansão marítima por ter reunido condições para investir em navegações (expedições marítimas) muito antes dos outros reinos da Europa.

a) Pioneirismo português nas navegações
- Centralização precoce do poder do rei  A “Revolução de Avis” (1385) fez do rei D. João I o primeiro monarca em estilo moderno (quase absolutista).
Astrolábio 
- Desenvolvimento técnico – em Portugal aconteceu a invenção de muitos equipamentos usados em navegações (caravelas e naus, bússola, sextante, cartas náuticas, canhões adaptados aos navios, etc.).


     - Infante D. Henrique – filho caçula do rei D. João I com quer ficou a tarefa de organizar as expedições da primeira fase da expansão, incentivar o desenvolvimento técnico e encontrar fontes de capital (geralmente com a Igreja Católica).
   Sextante

Bússola                                                                                     Quadrante   

b) Périplo Africano

As expedições portuguesas encontravam terras cada vez mais ao sul da África, mas o projeto do “périplo africano” (contorno da África para chegar às Índias) só surgiu depois da morte do príncipe D. Henrique. Um sobrinho-neto do Infante D. Henrique se tornou rei, D. João II, e passou a investir na descoberta do “caminho marítimo para as Índias”.

 
Principais etapas das conquistas na África até o périplo:
- Segunda década do século XV as ilhas do Atlântico (Açores, Madeira e Cabo Verde) foram ocupadas.
- 1434 – os portugueses chegaram ao Cabo Bojador.
- 1460 – nesse ano, já se realizava um lucrativo comércio de escravos (de Senegal até Serra Leoa).
- 1462 – Pedro Sintra descobriu o ouro da Guiné.
- 1481 – decretado o monopólio régio (exclusividade da coroa) sobre a exploração colonial.
- 1488 Bartolomeu Dias contornou o Cabo da Boa Esperança.
- Entre 1497 e 1498 – Vasco da Gama chegou a Calicute, nas Índias dando por encerrada a aventura marítima portuguesa.
Assista ao vídeo produzido por portugueses explicando a expansão marítima no sentido técnico naval. Acesse o link:

https://www.youtube.com/watch?v=OigfEaxZRs4
 
        III – Rota Ocidental

A unificação da Espanha avançou quando o rei Fernão (Fernando), do “Reino de Aragão”, casou-se com a rainha Izabel, do “Reino de Castela”. Esse casamento juntou os dois reinos resultando no surgimento do “Reino da Espanha” (1479).
Em 1492 a rainha Isabel resolveu financiar um projeto de expedição que era muito ousado: navegar direto paro o Ocidente para chegar às Índias (Oriente). Era a ideia de um italiano chamado Cristóvão Colombo, que se baseava na teoria da esfericidade da Terra.
A expedição de Colombo resultou no início das explorações do “Novo continente”, ou Novo Mundo, (1492), que mais tarde passou a ser conhecido como “América”.
Outra expedição importante nessa fase foi a viagem comandada por Fernão de Magalhães, durou de 1519 a 1522. Ele recebeu a tarefa de encontrar o caminho marítimo para o Oceano Pacífico pela América. Sua esquadra contornou o extremo sul da América do Sul e atravessou o Oceano Pacífico. Magalhães morreu em conflito com nativos. Seu imediato, Sebástian Elcano, continuou cada vez mais para o Oeste, voltando para a Europa. Essa foi a primeira viagem de “circunavegação” (fez a volta no mundo). Foi a primeira prova prática de que a Terra tem formato esférico.

IV – Tratado de Tordesilhas (1494)
O rei D. João II, de Portugal, não aceitou que as terras encontradas ao Ocidente (a América) ficassem de posse da Espanha. Depois de alguma pressão e longas negociações foi assinado um acordo entra Portugal e Espanha: o “Tratado de Capitulación de Bipartición del Mar Oceano”, mais conhecido como “Tratado de Tordesilhas” (é o nome da cidade espanhola onde o acordo foi assinado.
Foi combinado em Tordesilhas que um meridiano que passaria a 370 léguas a oeste das ilhas Cabo Verde marcaria a divisão das terras encontradas. A leste do meridiano a posse seria portuguesa. A oeste seriam da Espanha.
Esse foi o primeiro tratado internacional em estilo moderno. Modelo seguido em muitos outros acordos internacionais criados posteriormente.
Obs – A parte da América que ficou com Portugal é o litoral leste da América do sul. Esse território deu origem ao Brasil. Se o Tratado de Tordesilhas foi assinado em 1494, em 1500 Cabral teria alguma coisa a descobrir, ao chegar ao Brasil?

V – Navegações tardias
França, Inglaterra e Holanda demoraram mais a centralizar o poder e formar seus Estados Nacionais Modernos. Essa demora limitou a capacidade desses países de lançarem-se à expansão marítima de forma eficiente.
Algumas expedições buscaram caminhos marítimos pelo norte para chegar ao Oriente. Essas tentativas colocaram os exploradores desses países em contato com a parte norte do continente americano. Esse fato explica a colonização anglo-francesa na América do Norte.
Há destaque para a segunda viagem de circunavegação. Essa expedição foi comandada pelo inglês Francis Drake.
Obs – Podemos dizer que a expansão marítima decorrente da fase das “Grandes Navegações” (séculos XV a XVII) difundiu o padrão cultural europeu nos continentes explorados comercialmente. No caso de América a imposição desse padrão causou consequências mais amplas devido a submissão imposta à população nativa no processo de conquista e colonização. Portanto, o “eurocentrismo” está intimamente ligado à expansão marítima e comercial europeia no mundo.
          – Ocorreu progressiva diminuição da importância do Mar Mediterrâneo na mesma proporção que crescia a importância das rotas comerciais que cruzam o Oceano Atlântico.

domingo, 24 de abril de 2016

A Crise do Século XIV – Europa


      A ordem feudal enfrentava as mudanças causadas pelas realidades que se desenvolviam na Europa: acelerado crescimento populacional, urbanização, crescimento do comércio (entre as regiões da Europa e entre a Europa e o Oriente), surgimento da burguesia como classe social e a falta de terras para manter as relações feudo capitalistas.
      Durante o século XIV novos fatores foram acrescidos às dificuldades do sistema feudal causando uma profunda crise na Europa: Guerras, epidemias (pestes) e fome (quebra nas colheitas de alimentos).


1) Guerras
- Guerra de Reconquista – processo de reconquista da Península Ibérica pelos cristãos (terminou em 1492).
- Guerra dos Cem Anos – lutas entre Inglaterra e França por domínios territoriais (1337 – 1453).
- Jacquerie – revoltas camponesas ocorridas no Norte da França (1358).
- Queda de Constantinopla – resultado da expansão do Império turco Otomano (1453), o que resultou na conquista da cidade de Constantinopla pelos turcos (muçulmanos) e na expansão islâmica na Europa Oriental e Central.
2) Pestes
- Devido às baixas condições de higiene e as deficiências na alimentação várias epidemias se espalharam pela Europa, causando grande número de mortes (1/3 da população europeia). A epidemia mais grave foi a peste negra (peste bubônica).
- A alta mortalidade e as migrações (fugindo das pestes) causaram grande falta de mão de obra para a lavoura, o que agravou as dificuldades econômicas e a desordem social e política. 
3) Fome

- Entre 1315 e 1317 chuvas excessivas causaram quebras na produção de alimentos em algumas regiões da Europa. A má alimentação agravou as epidemias (pessoas fisicamente debilitadas pela fome). As epidemias mataram muitas pessoas, diminuindo ainda mais a produção de alimentos por falta de trabalhadores. As guerras causaram grandes desordens e deslocamentos de populações, agravando os problemas para produzir alimentos. Esse período ficou conhecido como a Grande Fome.   
Obs – A desordem na sociedade feudal facilitou às mudanças políticas e econômicas: centralização política dos reinos sob a liderança dos reis e o aperfeiçoamento das relações capitalistas.
 
Exercícios de Aula 2 – crise do século XIV (correção)
 
1) Como a “Peste Negra” se propagou na Europa Medieval?
R: A escassez de alimentos limitava a resistência das pessoas às doenças, a falta de hábitos de higiene facilitava o contágio e os deslocamentos de pessoas entre as regiões da Europa (fugindo da peste) ampliava a difusão da doença.
2) Qual foi o impacto da “Peste Negra” na população Europeia, em termos demográficos?
R: Ocorreu grave falta de trabalhadores devido as mortes (1/3 da população) e as fugas (migrações).
Obs - O resultado foi a queda da produção e desorganização econômica (crise do feudalismo).
3) Como foi interpretado o flagelo da “peste” na cristandade europeia?
R: Como castigo de Deus às falhas e pecados cometidos pelas pessoas.
4) A “Guerra dos Cem Anos “ pode ser caracterizada como um conflito tipicamente feudal? Justifique.
R: Sim, devido às origens do conflito estar em heranças feudais do rei inglês no território atual da França. A reação de uma parte da nobreza francesa e o apoio de outra parte dos francesas ao rei da França foi também de características feudais.
5) Localize o apogeu do desempenho inglês na “Guerra dos Cem Anos”.
R: Na fase em que Paris foi ocupada, o que resultou no Tratado de Troyes.
6) Caracterize a chamada reação senhorial do século XIV.
R: Os nobres (senhores feudais) procuraram melhorar as suas rendas aumentando impostos e taxas cobradas aos servos (camponeses) e tentando impedir à força que abandonassem as suas terras.
7) Qual foi a relação entre as chamadas “Jacqueries” e a crise do feudalismo?
R: Aumentou a desordem social pois foi uma reação dos camponeses às imposições dos nobres (taxas e impostos mais altos).
8) Identifique o recurso extremo do último imperador bizantino para evitar a queda de Constantinopla.
R: O imperador bizantino João VIII (católico ortodoxo) buscou apoio do Ocidente (católico romano) para impedir que os turcos otomanos dominassem Constantinopla. Tentou reunificar as duas igrejas reconhecendo a liderança do Papa, mas os patriarcas ortodoxos não aceitaram.
9) A tomada de Constantinopla pelos otomanos paralisou a expansão comercial europeia?
R: A desordem no comércio de especiarias foi passageira. Os turcos não queriam deixar de lucrar com esse comércio. Porém, as cidades italianas buscaram alternativas e passaram a investir capitais na expansão marítima (grandes navegações) que já havia começado com os portugueses e depois com os espanhóis.
10) Identifique o impacto da desagregação do Império Mongol no comércio da Europa com o Oriente.
R: Os produtos levados por rotas de caravanas do extremo oriente para a Europa ficaram mais caros devido a divisão do império mongol em diversos reinos que cobravam impostos aos mercadores. Além disso, a insegurança aumentou nessas viagens.






sexta-feira, 15 de abril de 2016

Exercícios de Aula


– Capítulo 8 – Apogeu do Feudalismo

1) Explique o significado das três ordens no modelo construído no período medieval europeu.

R: Era chamada de “sociedade de ordens”. Sua composição era hierarquizada (em níveis diferentes de importância):

1ª ordem – os que rezam (sacerdotes da Igreja Católica).

2ª ordem – os que lutam (guerreiros).

3ª ordem – os que trabalham (camponeses e trabalhadores em geral).

Obs – Mais tarde essa divisão deu origem a divisão da sociedade em três “Estados”: Primeiro Estado (clero católico), Segundo Estado (nobreza) e Terceiro Estado (povo – trabalhadores rurais, urbanos e burguesia).

2) As cruzadas foram exclusivamente motivadas por razões religiosas? Justifique.

R: A motivação religiosa estava nas dificuldades que os turcos seldjúcidas (povo muçulmanos que haviam conquistado Jerusalém aos árabes) para as peregrinações dos católicos aos locais sagrados. A motivação política era a necessidade de apoio militar dos católicos do Ocidente ao Império Bizantino para barrar o avanço dos turcos seldjúcidas (além do desejo do Papa de ampliar sua liderança e unificar o catolicismo romano ao catolicismo ortodoxo).

   Encontramos o terceiro motivo, não diretamente expresso no texto do nosso livro: ao prometer indulgência (perdão aos pecados) o Papa também incentivava a conquista militar das terras do Oriente para distribuição de feudos (era grave a falta de terras na Europa).

3) O que é heresia? Exemplifique uma heresia medieval e explique a sua doutrina.

R: Heresia é a ideia ou prática religiosa contrária aos dogmas do catolicismo. Desejavam alterações nos sacramentos, nos mandamentos ou questionavam ao poder e autoridade dos altos cargos na Igreja Católica (inclusive com relação ao Papa).

 Exemplos de heresias medievais:

- Valdenses – viviam em “voto de pobreza” e não aceitavam a hierarquia católica (tinham seus próprios bispos).

- Catarismo – desprezava o mundo material (riqueza). Queriam transformar a realidade para estabelecer a comunhão com Deus (vida moral irrepreensível). Eram vegetarianos e não aceitavam as relações sexuais (diziam provocar a escravidão do corpo).

4) Qual é a relação entre as Cruzadas e o crescimento comercial de cidades como Gênova, a partir do século XI ?

R: Está relacionado à expansão da cidade de Gênova, a exemplo da cidade de Veneza, no comércio do mar Mediterrâneo, principalmente de especiarias do Oriente.

5) Por que as ordens mendicantes foram um novo modelo para as ordens religiosas?

R: A interpretação literal dos Evangelhos inspirou seguidores a acreditarem no voto de pobreza e no trabalho. Outras ordens religiosas católicas surgiram já com a determinação de seguir os princípios de que deveriam viver de esmolas e doações. Dessa forma propunham purificar o cristianismo e evangelizar os povos.

 6) Identifique três modificações produzidas pelo Renascimento Urbano na sociedade feudal europeia.

R: A produção agrícola foi estimulada (aumentou) devido as melhorias técnicas. O aumento da população multiplicou a oferta de mão de obra (parte dela empregada no comércio e na produção artesanal). As novas áreas urbanas abrigaram mercadores e artesãos (origem de uma nova classe social: a burguesia).

Obs – O crescimento do comércio deu origem as grandes feiras e das corporações de ofício (associações de artesãos por especialidade) e as guildas ou hansas (associações de comerciantes em cada cidade ou região).

7) O que diferenciava as corporações de ofícios das guildas comerciais na Idade Média?

R: As corporações de ofícios eram associações de mestres artesãos de cada especialidade, restritas a uma cidade. As guildas (também chamadas de hansas) eram associações de comerciantes de uma cidade ou região.

8) O que caracterizou a filosofia escolástica na Idade Média?

R: Seu criador, Tomás de Aquino, baseava-se nas ideias do sábio grego (da antiguidade) Aristóteles. Defendia o uso da razão para o aperfeiçoamento da fé.

9) Qual foi a principal razão da disputa entre o “Papado” e o Sacro Império Romano-Germânico no século XI ?

R: Foi uma disputa pela liderança católica conhecida como “Querela das Investiduras” (Imperador e Papa queriam o direito exclusivo de nomear os bispos e ter deles obediência).

10) O que houve em comum entre as Cruzadas para o Oriente e a reconquista cristã na Península Ibérica?

R: Os dois processos foram impulsionados pela falta de terras na Europa e a necessidade da nobreza de conseguir novos territórios feudais.

 

Extra: no livro de outra edição há uma pergunta que não aparece no livro versão que usamos em aula. Acho que pode ser útil para ser usado em um momento de estudo, por isso acrescentei aqui.

 - Relacione a criação das universidades com o progressivo fortalecimento das monarquias feudais.

R: O crescimento do comércio aumentou a arrecadação de impostos. Esses recursos acumulados nas mãos dos reis possibilitaram a unificação da moeda, das leis e o controle sobre a nobreza. Para viabilizar legalmente esse processo foi importante a criação do código canônico pelo Papa e a formação de juristas nas universidades deu apoio ao rei coma criação de regras gerais para o reino.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Europa na Baixa Idade Média


A Europa experimentou mudanças importantes.

- Crescimento demográfico


      A população da Europa experimentou crescimento vegetativo em aceleração a partir do século X. As taxas demográficas permaneceram altas nos séculos seguintes até a crise do século XIV. O crescimento da população resultou em excesso de mão de obra (excedentes populacionais) no meio rural. A falta de terras para distribuição de feudos estimulou o êxodo rural.




- Cruzadas
      Movimento militar-religioso (séculos XI a XIII) convocado pelo Papa. Tinha o objetivo declarado de libertar as terras sagradas para os católicos (Jerusalém e outras regiões do Oriente).
      Recebeu forte adesão dos nobres europeus que desejavam obter terras como feudo. Os resultados militares foram limitados. O principal resultado prático foi a abertura do mar Mediterrâneo para o comércio europeu.
      A influência técnica e cultural dos árabes cresceu à mesma medida que eram ampliadas as vendas de produtos orientais (especiarias) na Europa. A liderança nesse comércio foi exercida por algumas cidades italianas (principalmente Gênova e Veneza).
      Outra consequência importanter foi a consolidação da liderança do Papa na Europa.

- Renascimento Comercial.
      As melhorias técnicas na agricultura possibilitaram a disponibilização de excedentes de produção. Essa oferta de produtos agrícolas estimula o comércio regional e entre regiões da Europa e fora dela.
      Desenvolveram-se rotas de comércio que levavam mercadores e mercadorias por terra e pelos mares (rotas marítimas nos mares Mediterrâneo, Báltico e do Norte).
      Juntamente com os produtos agropecuários circulavam crescentes quantidades de matérias primas e de produtos manufaturados (artesanato - lembre-se de que ainda não havia fábricas).


- Renascimento Urbano e a Burguesia.

    O êxodo rural causou crescentes concentrações de pessoas em alguns cruzamentos de rotas comerciais, nas margens de rios navegáveis ou na fóz, em torno de antigas cidades muradas ou mosteiros.
      Parte da população dessas crescentes cidades dedicou-se ao comércio, parte ao artesanato. Dessa forma surgiram as associações de comerciantes (guildas ou hansas) e as de mestres artesãos (corporações de ofícios). Nessa fase, como resultado da ampliação do uso do dinheiro, alguns serviços especializados surgiram (financeiros), os especialistas nesse ramo foram chamados de banqueiros.
      Gradualmente os grandes comerciantes e banqueiros criaram especificidades sociais que os caracterizaram como uma classe social diferenciada: burguesia.

- Disputas entre o Imperador Católico e o Papa.
 
      A crescente liderança do Papa sobre a cristandade europeia, a partir do século XI, causou uma disputa com o Imperador do "Sacro Império Romano Germânico". Ambos queriam assumir o controle político sobre os católicos na Europa. A principal questão foi o poder de nomear e liderar os bispos católicos. Essa disputa ficou conhecida como "Querela das Investiduras".
      A solução do problema foi encaminhada pela "Concordata de Worms" (1122). O Imperador aceitou que o Papa nomeasse os bispos a partir de sugestões do Imperador e dos reis.

- Formação das monarquias feudais.

      Os chefes guerreiros adotaram crescentemente custumes e técnicas administrativas dos romanos. A conversão ao catolicismo foi um fator de aproximação com os padrões culturais romanos.
      A descentralização administrativa característica do feudalismo foi cedendo espaço, gradualmente. Esse processo ampliação da liderança dos reis (centralização) está relacionado ao crescimento populacional, urbano e comercial.
      As fronteiras dos reinos foram definidas por campanhas militares sucessivas, acordos e casamentos. A tendência foi baseada nas características culturais e linguísticas da população.

- As Universidades.
      A crescente complexidade do comércio e da administração dos reinos exigiu a preparação de pessoas com conhecimentos amplos. Até o século XII o conhecimento era monopólio da Igreja Católica (geralmente dominado por membros dos mosteiros). Por causa disso as primeiras universidades tinham forte ligação com a Igreja (escolástica).
Obs. - A "escolástica" tem duas possibilidades de significado. Um deles é mais limitado, refere-se às disciplinas ministradas nas escolas medievais: o Trivio (gramática, retórica e dialética) e o Quadrívio (aritimética, geometria, astronomia e música). O outro significado é mais amplo, reporta à linha filosófica adotada pelo Igreja Católica, durante a Idade Média (baseada nos escritos de Santo Tomás de Aquino e de Santo Agostinho). Essa modalidade de pensamento procura justificar a fé na doutrina religiosa, ensinada pelo clero católico, aceito como guardião das verdades espirituais,

- Guerras, peste e fome.

      Durante o século XIV novos fatores foram acrescidos às dificuldades do sistema feudal causando uma profunda crise na Europa: Guerras, epidemias (pestes) e fome (quebra nas colheitas de alimentos).
1) Guerras
- Guerra de Reconquista – processo de reconquista da Península Ibérica pelos cristãos (terminou em 1492).
- Guerra dos Cem Anos – lutas entre Inglaterra e França por domínios territoriais (1337 – 1453).
- Jacquerie – revoltas camponesas ocorridas no Norte da França (1358).
- Queda de Constantinopla – resultado da expansão do Império turco Otomano (1453), o que resultou na conquista da cidade de Constantinopla pelos turcos (muçulmanos) e na expansão islâmica na Europa Oriental e Central.
2) Pestes
- Devido às baixas condições de higiene e as deficiências na alimentação várias epidemias se espalharam pela Europa, causando grande número de mortes (1/3 da população europeia). A epidemia mais grave foi a peste negra (peste bubônica).
- A alta mortalidade e as migrações (fugindo das pestes) causaram grande falta de mão de obra para a lavoura, o que agravou as dificuldades econômicas e a desordem social e política.
3) Fome
- Entre 1315 e 1317 chuvas excessivas causaram quebras na produção de alimentos em algumas regiões da Europa. A má alimentação agravou as epidemias (pessoas fisicamente debilitadas pela fome). As epidemias mataram muitas pessoas, diminuindo ainda mais a produção de alimentos por falta de trabalhadores. As guerras causaram grandes desordens e deslocamentos de populações, agravando os problemas para produzir alimentos. Esse período ficou conhecido como a Grande Fome.
Obs – A desordem na sociedade feudal facilitou às mudanças políticas e econômicas: centralização política dos reinos sob a liderança dos reis e o aperfeiçoamento das relações capitalistas.
 P.S. - Aguarde a publicação dos exercícios do capítulo 8.