quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

HISTÓRIA – EXERCÍCIOS DE REVISÃO (primeira parte)

Repostas após o final da postagem
O Iluminismo, enquanto movimento intelectual, desenvolveu-se simultaneamente ao início do processo de industrialização. Se o capitalismo está diretamente ligado ao individualismo, a revolução industrial potencializou os valores individuais. Entretanto, não foi o momento do individualismo heroico, mas do racionalismo. Com o uso da razão o ser humano avançou em conhecimento construindo métodos que possibilitaram o desenvolvimento do saber científico. Consequentemente, a razão, que era entendida como individual, causou avanços universais, inclusive no capitalismo industrial.
1) Assinale a alternativa que melhor se relaciona com o texto do enunciado.
(a) O impulso renovador das ideias iluministas provocou, na Europa, um grande interesse pelos problemas da vida em sociedade, possibilitando o surgimento de novas ideias e de teorias econômicas.
(b) Em seu conjunto, os iluministas sustentavam a tese de que só um Estado ditatorial, controlado pela classe trabalhadora, seria capaz de eliminar a resistência burguesa e abolir as desigualdades entre as classes sociais.
(c) Originado na Inglaterra, difundido pela França, o Iluminismo pregava a razão, a liberdade do espírito, a livre de opinião.
(d) A tolerância religiosa, a defesa da tradição e da estrutura filosófica que justificava o absolutismo monárquico.
(e) O iluminismo, em seu conjunto, fazia uma incisiva crítica ao mundo civilizado e propunha um retorno a vida natural das sociedades simples e primitivas.

2) Immanuel Kant é um dos filósofos mais estudados na modernidade. Nasceu na Prússia, no século XVIII. Foi considerado como o principal filósofo da era moderna. Seus trabalhos são pilar e ponto de partida para a filosofia alemã moderna, com seguidores como Fichte, Hegel, Schelling e Schopenhauer. Kant tentou resolver as questões entre o racionalismo de Descartes e Leibniz e o empirismo dos filósofos David Hume e John Locke.

Marque a melhor alternativa a respeito de Kant.
(a) Kant definiu o iluminismo como o uso da religião para explicar os fenômenos da natureza.
(b) Kant definiu o Iluminismo como um processo de “esclarecimento”, a partir do qual o ser humano sairia de sua “menoridade” graças ao uso da razão e ao exercício da liberdade de pensamento.
(c) Para Kant o iluminismo foi um movimento ilusório em que os filósofos defendiam o uso do conhecimento como fonte de inspiração.
(d) O iluminismo nada mais é que um simples aglomerado de ideias oportunistas.
(e) Kant utilizou do iluminismo para desenvolver seus estudos sobre zoologia.


O primeiro movimento político que buscou a aplicação de ideias iluministas foi a Revolução Americana, que teve como consequência a independência das Treze Colônias inglesas, que formaram os Estados Unidos da América.
Entretanto, foi na Revolução Francesa que os ideais antiabsolutistas se apresentaram de maneira mais clara. As práticas mercantilistas, centralizadoras e limitadoras não serviam para a época da Revolução Industrial. A burguesia francesa, percebendo a sua desvantagem em relação a burguesia britânica, agarrou-se às propostas de liberalismo econômico e político. O iluminismo passou a ser a base teórica do movimento político que desmontou os alicerces do Antigo Regime.
3) Do ponto de vista social, pode-se afirmar, sobre a Revolução Francesa, que:
(a) teve resultados efêmeros, pois foi iniciada, dirigida e apropriada por uma só classe social, a burguesia, única beneficiária da nova ordem.
(b) fracassou, pois, apesar do terror e da violência, não conseguiu impedir o retorno das forças sócio-políticas do Antigo Regime.
(c) nela coexistiram três revoluções sociais distintas: uma revolução burguesa, uma camponesa e uma popular urbana, a dos chamados "sans-culottes".
(d) foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois, ao garantir as pequenas propriedades aos camponeses, atrasou, em mais de um século, o progresso econômico da França.
(e) abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa, tanto do ponto de vista da riqueza, quanto do ponto de vista político, impediu que a burguesia a concluísse.

4) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, votada pela Assembleia Nacional Constituinte francesa, em 26 de agosto de 1789, visava:
(a) romper com a Declaração de Independência dos Estados Unidos, por esta não ter negado a escravidão.
(b) recuperar os ideais cristãos de liberdade e igualdade, surgidos na época medieval e esquecidos na moderna.
(c) estimular todos os povos a se revoltarem contra seus governos, para acabar com a 
desigualdade social.
(d) assinalar os princípios que, inspirados no Iluminismo, iriam fundar a nova constituição francesa.
(e) pôr em prática o princípio: a todos, segundo suas necessidades, a cada um, de acordo com sua capacidade.

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – Princípios básicos: Os homens nascem e são livres e iguais em direitos; liberdade, a propriedade, a segurança e a resistência à opressão (direitos naturais); a soberania reside, essencialmente, na nação; A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo; A lei é a expressão da vontade geral; Ninguém pode ser molestado por suas opiniões; A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração; Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado, ninguém dela pode ser privado.


Em 27 de dezembro de 1807, foi firmado o Tratado de Fontainebleau segundo o qual a Espanha e a França se comprometeram a atacar e apoderar-se de Portugal, país que, por sua vez, seria dividido em três partes independentes, e sem possibilidade de jamais recair sobre uma mesma pessoa, nem sobre o rei da Espanha. Dessas partes, a Lusitânia Setentrional ficaria nas mãos do reinado de Etrúria; o principado de Algarves (povoado da Espanha) iria para Godoy, e a terceira, correspondente ao centro, entre o Douro e o Tejo (bacias espanholas), seria reservado para as futuras compensações. Como consequência desse tratado, um exército francês, a mando do Duque e general francês Junot, penetrou na Espanha como o pretexto de fazer parte da guerra de Portugal.

5) Por volta de 1811, o Império napoleônico atingiu o seu apogeu. Direta ou indiretamente, Napoleão dominou mais da metade do continente europeu. Tal conjuntura, no entanto, reforçou os sentimentos nacionalistas da população dessas regiões. A ideia de nação, inspirada nas próprias concepções francesas, passou a ser uma arma desses nacionalistas contra Napoleão.
Assinale a afirmação correta, relativa à conjuntura acima delineada:
(a) Após o bloqueio continental, em todos os Estados submetidos à dominação napoleônica, os operários e os camponeses, beneficiados pela prosperidade econômica, atuaram na defesa de Napoleão contra o nacionalismo das elites locais.
(b) A Inglaterra, procurando manter-se longe dos problemas do continente, isolou-se e não interveio nos conflitos desencadeados pelos anseios de Napoleão de construir um Império.
(c) A Espanha, vinculada à França pela dinastia dos Bourbon desde o século XVIII, não reagiu à dominação francesa. Em nome do respeito às suas tradições e ao seu nacionalismo, a Espanha aceitou a soberania estrangeira imposta por Napoleão.
(d) Em 1812, Napoleão estabeleceu sólida aliança com o Papa, provocando a adesão generalizada dos católicos. Temporariamente, os surtos nacionalistas foram controlados, o que o levou a garantir suas progressivas vitórias na Rússia.
(e) Herdeira da Filosofia das Luzes, a ideia de nação, tal como difundida na França, fundou-se sobre uma concepção universalista do homem e de seus direitos naturais. Essa concepção, porém, pressupunha o princípio do direito dos povos de dispor sobre si mesmos.

6) A expansão napoleônica no século XIX influenciou decisivamente vários acontecimentos históricos no período. Entre esses acontecimentos, podemos destacar:
(a) A Independência dos Estados Unidos. Com a atenção da Inglaterra voltada para as batalhas com a marinha napoleônica, os colonos americanos declararam sua independência, vencendo rapidamente os ingleses.
(b) A formação da Santa Aliança, um pacto militar entre Áustria, Prússia, Inglaterra e Rússia que evitou a eclosão de movimentos revolucionários na Europa e impediu a independência das colônias espanholas e inglesas na América.
(c) A Independência do Brasil. Com a ocupação de Portugal pelas tropas napoleônicas, houve um enfraquecimento da monarquia portuguesa que culminou com as lutas pela independência e o rompimento de D. Pedro I com Portugal.
(d) A Independência das colônias espanholas. Em 1808, a Espanha foi ocupada pelas tropas napoleônicas ao mesmo tempo em que se difundiam os ideais liberais da Revolução Francesa que inspirou as lutas pela independência.
(e) O Congresso de Viena. A França de Napoleão assinou um pacto com a Áustria, Inglaterra e Rússia cujo objetivo maior era estabelecer uma trégua e reorganizar todo o mapa europeu.

A estadia da Corte Portuguesa no Brasil permitiu melhoramentos que iriam lançar as fundações do futuro país. Entre estes conta-se a criação da Imprensa Nacional, a Fábrica da Pólvora e o Banco do Brasil para financiar novas iniciativas. Do ponto de vista político, as ações de maiores repercussões para o Brasil, são a anexação da Guiana Francesa, devolvida à França em 1817 e o território da margem oriental do Rio Uruguai, que passou a ser a Província Cisplatina. O fim deste conflito só foi alcançado a 27 de agosto de 1828, pelo Tratado do Rio de Janeiro assinado entre o Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata. Deste acordo resultou o nascimento da República Oriental do Uruguai. A elevação do Brasil à categoria de reino foi outra das consequências da permanência da corte em terras brasileiras. Para que Portugal tivesse uma representação nas negociações do Congresso de Viena, realizado na sequência do fim do domínio napoleónico na Europa, o Brasil foi elevado à condição de reino com a designação de Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves a 16 de dezembro de 1815. A estadia de D. João VI no Rio de Janeiro permitiu a reorganização político-jurídica do país, mas contribuiu também para uma convivência mais positiva entre a nobreza migrada e as elites da terra.
7) A instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro, em 1808, representou uma alternativa para um contexto de crise política na Metrópole e a possibilidade de implementar as bases para a formação de um império luso-brasileiro na América. Das alternativas abaixo, assinale aquela que NÃO diz respeito ao período joanino.
(a) Ocupação da Guiana Francesa e da Província Cisplatina e sua incorporação ao
Império Português, como resultado da política externa agressiva adotada por D. João.
(b) Abertura dos portos da Colônia às nações aliadas de Portugal, como a Inglaterra, dando início a uma fase de livre-comércio.
(c) Ocorreu uma inversão da relação entre metrópole e colônia, já que a sede política do império passava do centro para a periferia.
(d) Atendeu às exigências do comércio britânico, que conseguiu isenções alfandegárias.
(e) Ocorreu a Revolução Pernambucana de 1817, que defendia o separatismo com o governo republicano e a manutenção da escravidão.

8) As constantes denúncias de que uma rebelião estava sendo tramada levaram o governador de Pernambuco a ordenar a prisão de alguns membros da Maçonaria. Esse fato precipitou a ação dos revoltosos. Em março de 1817, começou a revolta. Os líderes prenderam o governador e instalaram um governo provisório revolucionário.
A respeito da Revolução Pernambucana, considera-se como VERDADEIRA a seguinte afirmação:

(a) O movimento foi motivado pela insatisfação dos pernambucanos devido à crise econômica e aos altos impostos instituídos por D. João VI.
(b) O movimento foi apoiado pelas elites mineiras, insatisfeitas com a decadência da mineração e cobranças de abusivos impostos.
(c) Os pernambucanos defendiam a adoção de uma monarquia centralizada como forma de moralizar a administração pública e contornar a crise econômica.
(d) Os revolucionários exigiam o retorno imediato de D. João VI a Portugal e a anulação do Tratado de 1810 com a Inglaterra.

9) Leia um trecho de uma entrevista feita por Marcos Strecker com o “brasilianista”, natural dos Estados Unidos, Kenneth Maxwell (Folha de S.Paulo, 25-11-2007).
FOLHA – Estamos vivendo um momento de novas interpretações em relação ao período imperial? 
MAXWELL – (...) o movimento de independência da década de 1820 não aconteceu no Brasil, mas em Portugal. Foram os portugueses que não quiseram ser dominados por uma monarquia baseada na América.
Com a rejeição da dominação brasileira, eles atraíram muitos dos problemas de fragmentação, guerras civis e descontinuidade que são parecidos com aqueles que estavam acontecendo na América espanhola.
É sempre importante, ao pensar a história do Brasil, considerar que ela não se encaixa em interpretações convencionais. É sempre necessário pensar um pouco de forma contrafactual, porque a história brasileira não segue a mesma trajetória de outras histórias das Américas. O rei estava aqui, a revolução liberal estava lá. A continuidade estava aqui, a descontinuidade estava lá. 
Acho que isto explica muito das coisas que aconteceram depois no Brasil, no século XIX.
“A história brasileira não segue a mesma trajetória de outras histórias das Américas”, pois: 
(a) em 1824 foi promulgada a primeira constituição do Brasil, caracterizada pela divisão e autonomia dos três poderes e por uma legislação social avançada para os padrões da época, pois garantia o direito de voto a todos os brasileiros.   
(b) com a grave crise estrutural que atingiu as atividades produtivas da Europa no início do século XIX, restou ao Brasil um papel relevante no processo de recuperação das bases econômicas industriais, com o fornecimento de algodão, tabaco e açúcar.   
(c) os princípios e as práticas liberais do príncipe-regente Dom Pedro se chocavam com o conservadorismo das elites coloniais do centro-sul, defensoras de restrições mercantilistas com o intuito de conter a ganância britânica pela riqueza brasileira.   
(d) com as invasões napoleônicas, desorganizaram-se os contatos entre a metrópole espanhola e seus espaços coloniais na América, situação diversa da verificada em relação ao Brasil, que abrigou a Corte portuguesa.   
(e) a elite colonial nordestina – voltada para o mercado interno, defensora do centralismo político-administrativo e da abolição da escravatura – apostava na liderança e na continuidade no Brasil de Dom João VI para a efetivação desse projeto histórico. 
Continua na próxima postagem (2ª parte)


Respostas

1 (A)
2 (B)
3 (A)
4 (D)
5 (E)
6 (D)
7 (A) – D. João realmente ordenou a invasão da Guiana Francesa (devolvida ao final da guerra) e da Banda Oriental do Uruguai (Província Cisplatina – logo anexada ao Brasil). Entretanto, esses eventos não caracterizam a política externa joanina como agressiva. Ao contrario disso, é entendida como frágil e tímida pois as medidas foram regionais, além de não ter atuado diretamente nos conflitos europeus.
8 (A) – D. João VI enfrentou dois movimentos políticos: a Revolução Pernambucana (1817) e a Revolução do Porto (1820).
9 (D) – A transferência da capital de Lisboa para o Rio de Janeiro mostra um aspecto do fenômeno político conhecido como “Inversão Brasileira”.


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