Repostas após o final da postagem
O Iluminismo, enquanto
movimento intelectual, desenvolveu-se simultaneamente ao início do processo de
industrialização. Se o capitalismo está diretamente ligado ao individualismo, a
revolução industrial potencializou os valores individuais. Entretanto, não foi
o momento do individualismo heroico, mas do racionalismo. Com o uso da razão o
ser humano avançou em conhecimento construindo métodos que possibilitaram o
desenvolvimento do saber científico. Consequentemente, a razão, que era
entendida como individual, causou avanços universais, inclusive no capitalismo
industrial.
1) Assinale a
alternativa que melhor se relaciona com o texto do enunciado.
(a) O impulso renovador das ideias
iluministas provocou, na Europa, um grande interesse pelos problemas da vida em
sociedade, possibilitando o surgimento de novas ideias e de teorias econômicas.
(b) Em seu conjunto, os iluministas
sustentavam a tese de que só um Estado ditatorial, controlado pela classe
trabalhadora, seria capaz de eliminar a resistência burguesa e abolir as
desigualdades entre as classes sociais.
(c) Originado na Inglaterra, difundido
pela França, o Iluminismo pregava a razão, a liberdade do espírito, a livre de
opinião.
(d) A tolerância religiosa, a defesa da
tradição e da estrutura filosófica que justificava o absolutismo monárquico.
(e) O iluminismo, em seu conjunto,
fazia uma incisiva crítica ao mundo civilizado e propunha um retorno a vida
natural das sociedades simples e primitivas.
2) Immanuel Kant é um dos filósofos mais estudados na
modernidade. Nasceu na Prússia, no século XVIII. Foi considerado como o
principal filósofo da era moderna. Seus trabalhos são pilar e ponto de partida
para a filosofia alemã
moderna, com seguidores como Fichte, Hegel, Schelling e
Schopenhauer. Kant tentou resolver as questões entre o racionalismo de
Descartes e Leibniz e o empirismo dos filósofos David Hume e John Locke.
Marque a melhor alternativa a respeito de Kant.
(a) Kant definiu o iluminismo como o
uso da religião para explicar os fenômenos da natureza.
(b) Kant definiu o Iluminismo como um
processo de “esclarecimento”, a partir do qual o ser humano sairia de sua
“menoridade” graças ao uso da razão e ao exercício da liberdade de pensamento.
(c) Para Kant o iluminismo foi um
movimento ilusório em que os filósofos defendiam o uso do conhecimento como
fonte de inspiração.
(d) O iluminismo nada mais é que um
simples aglomerado de ideias oportunistas.
(e) Kant utilizou do iluminismo para
desenvolver seus estudos sobre zoologia.
O primeiro movimento
político que buscou a aplicação de ideias iluministas foi a Revolução
Americana, que teve como consequência a independência das Treze Colônias
inglesas, que formaram os Estados Unidos da América.
Entretanto, foi na
Revolução Francesa que os ideais antiabsolutistas se apresentaram de maneira
mais clara. As práticas mercantilistas, centralizadoras e limitadoras não
serviam para a época da Revolução Industrial. A burguesia francesa, percebendo
a sua desvantagem em relação a burguesia britânica, agarrou-se às propostas de
liberalismo econômico e político. O iluminismo passou a ser a base teórica do
movimento político que desmontou os alicerces do Antigo Regime.
3) Do
ponto de vista social, pode-se afirmar, sobre a Revolução Francesa, que:
(a) teve resultados efêmeros, pois foi iniciada,
dirigida e apropriada por uma só classe social, a burguesia, única beneficiária
da nova ordem.
(b) fracassou, pois, apesar do terror e da violência,
não conseguiu impedir o retorno das forças sócio-políticas do Antigo Regime.
(c) nela coexistiram três revoluções sociais
distintas: uma revolução burguesa, uma camponesa e uma popular urbana, a dos
chamados "sans-culottes".
(d) foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois,
ao garantir as pequenas propriedades aos camponeses, atrasou, em mais de um
século, o progresso econômico da França.
(e)
abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa, tanto do ponto de vista da
riqueza, quanto do ponto de vista político, impediu que a burguesia a
concluísse.
4) A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
votada pela Assembleia Nacional Constituinte francesa, em 26 de agosto de 1789,
visava:
(a) romper com a Declaração de
Independência dos Estados Unidos, por esta não ter negado a escravidão.
(b) recuperar os ideais cristãos de
liberdade e igualdade, surgidos na época medieval e esquecidos na moderna.
(c) estimular todos os povos a se
revoltarem contra seus governos, para acabar com a
desigualdade social.
(d) assinalar os princípios que,
inspirados no Iluminismo, iriam fundar a nova constituição francesa.
(e) pôr em prática o princípio: a
todos, segundo suas necessidades, a cada um, de acordo com sua capacidade.
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – Princípios básicos:
Os homens nascem e são livres e iguais em direitos; liberdade, a propriedade, a
segurança e a resistência à opressão (direitos naturais); a soberania reside,
essencialmente, na nação; A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique
o próximo; A lei é a expressão da vontade geral; Ninguém pode ser molestado por
suas opiniões; A sociedade tem o direito de pedir contas a todo agente público
pela sua administração; Como a propriedade é um direito inviolável e sagrado,
ninguém dela pode ser privado.
Em 27 de dezembro de 1807,
foi firmado o Tratado de Fontainebleau
segundo o qual a Espanha e a França se comprometeram a atacar e apoderar-se de
Portugal, país que, por sua vez, seria dividido em três partes independentes, e
sem possibilidade de jamais recair sobre uma mesma pessoa, nem sobre o rei da
Espanha. Dessas partes, a Lusitânia Setentrional ficaria nas mãos do reinado de
Etrúria; o principado de Algarves (povoado da Espanha) iria para Godoy, e a
terceira, correspondente ao centro, entre o Douro e o Tejo (bacias espanholas),
seria reservado para as futuras compensações. Como consequência desse tratado,
um exército francês, a mando do Duque e general francês Junot, penetrou na
Espanha como o pretexto de fazer parte da guerra de Portugal.
5) Por volta de 1811, o Império napoleônico atingiu o seu
apogeu. Direta ou indiretamente, Napoleão dominou mais da metade do continente
europeu. Tal conjuntura, no entanto, reforçou os sentimentos nacionalistas da
população dessas regiões. A ideia de nação, inspirada nas próprias concepções
francesas, passou a ser uma arma desses nacionalistas contra Napoleão.
Assinale a afirmação correta, relativa à conjuntura acima delineada:
(a)
Após o bloqueio continental, em todos os Estados submetidos à dominação
napoleônica, os operários e os camponeses, beneficiados pela prosperidade
econômica, atuaram na defesa de Napoleão contra o nacionalismo das elites
locais.
(b) A
Inglaterra, procurando manter-se longe dos problemas do continente, isolou-se e
não interveio nos conflitos desencadeados pelos anseios de Napoleão de
construir um Império.
(c) A
Espanha, vinculada à França pela dinastia dos Bourbon desde o século XVIII, não
reagiu à dominação francesa. Em nome do respeito às suas tradições e ao seu
nacionalismo, a Espanha aceitou a soberania estrangeira imposta por Napoleão.
(d)
Em 1812, Napoleão estabeleceu sólida aliança com o Papa, provocando a adesão
generalizada dos católicos. Temporariamente, os surtos nacionalistas foram
controlados, o que o levou a garantir suas progressivas vitórias na Rússia.
(e)
Herdeira da Filosofia das Luzes, a ideia de nação, tal como difundida na
França, fundou-se sobre uma concepção universalista do homem e de seus direitos
naturais. Essa concepção, porém, pressupunha o princípio do direito dos povos
de dispor sobre si mesmos.
6) A expansão napoleônica no século XIX influenciou
decisivamente vários acontecimentos históricos no período. Entre esses
acontecimentos, podemos destacar:
(a) A
Independência dos Estados Unidos. Com a atenção da Inglaterra voltada para as
batalhas com a marinha napoleônica, os colonos americanos declararam sua
independência, vencendo rapidamente os ingleses.
(b) A
formação da Santa Aliança, um pacto militar entre Áustria, Prússia, Inglaterra
e Rússia que evitou a eclosão de movimentos revolucionários na Europa e impediu
a independência das colônias espanholas e inglesas na América.
(c) A
Independência do Brasil. Com a ocupação de Portugal pelas tropas napoleônicas,
houve um enfraquecimento da monarquia portuguesa que culminou com as lutas pela
independência e o rompimento de D. Pedro I com Portugal.
(d) A
Independência das colônias espanholas. Em 1808, a Espanha foi ocupada pelas
tropas napoleônicas ao mesmo tempo em que se difundiam os ideais liberais da
Revolução Francesa que inspirou as lutas pela independência.
(e) O
Congresso de Viena. A França de Napoleão assinou um pacto com a Áustria,
Inglaterra e Rússia cujo objetivo maior era estabelecer uma trégua e
reorganizar todo o mapa europeu.
A estadia da Corte Portuguesa
no Brasil permitiu melhoramentos que iriam lançar as fundações do futuro país.
Entre estes conta-se a criação da Imprensa Nacional, a Fábrica da Pólvora e o
Banco do Brasil para financiar novas iniciativas. Do ponto de vista político,
as ações de maiores repercussões para o Brasil, são a anexação da Guiana
Francesa, devolvida à França em 1817 e o território da margem oriental do Rio
Uruguai, que passou a ser a Província Cisplatina. O fim deste conflito só foi
alcançado a 27 de agosto de 1828, pelo Tratado do Rio de Janeiro assinado entre
o Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata. Deste acordo resultou o
nascimento da República Oriental do Uruguai. A elevação do Brasil à categoria
de reino foi outra das consequências da permanência da corte em terras
brasileiras. Para que Portugal tivesse uma representação nas negociações do Congresso
de Viena, realizado na sequência do fim do domínio napoleónico na Europa, o
Brasil foi elevado à condição de reino com a designação de Reino Unido de
Portugal, Brasil e Algarves a 16 de dezembro de 1815. A estadia de D. João VI
no Rio de Janeiro permitiu a reorganização político-jurídica do país, mas
contribuiu também para uma convivência mais positiva entre a nobreza migrada e
as elites da terra.
7) A instalação da Corte portuguesa no Rio de Janeiro,
em 1808, representou uma alternativa para um contexto de crise política na
Metrópole e a possibilidade de implementar as bases para a formação
de um império luso-brasileiro na América. Das alternativas
abaixo, assinale aquela que NÃO diz respeito ao período joanino.
(a)
Ocupação da Guiana Francesa e da Província Cisplatina e sua incorporação ao
Império Português, como resultado da política
externa agressiva adotada por D. João.
(b)
Abertura dos portos da Colônia às nações aliadas de Portugal, como a
Inglaterra, dando início a uma fase de livre-comércio.
(c)
Ocorreu uma inversão da relação entre metrópole e colônia, já que a sede
política do império passava do centro para a periferia.
(d)
Atendeu às exigências do comércio britânico, que conseguiu isenções
alfandegárias.
(e)
Ocorreu a Revolução Pernambucana de 1817, que defendia o separatismo com o
governo republicano e a manutenção da escravidão.
8) As constantes denúncias de que
uma rebelião estava sendo tramada levaram o governador de Pernambuco a ordenar
a prisão de alguns membros da Maçonaria. Esse fato precipitou a ação dos
revoltosos. Em março de 1817, começou a revolta. Os líderes prenderam o
governador e instalaram um governo provisório revolucionário.
A respeito da Revolução Pernambucana, considera-se
como VERDADEIRA a seguinte afirmação:
(a) O
movimento foi motivado pela insatisfação dos pernambucanos devido à crise
econômica e aos altos impostos instituídos por D. João VI.
(b) O
movimento foi apoiado pelas elites mineiras, insatisfeitas com a decadência da
mineração e cobranças de abusivos impostos.
(c)
Os pernambucanos defendiam a adoção de uma monarquia centralizada como forma de
moralizar a administração pública e contornar a crise econômica.
(d)
Os revolucionários exigiam o retorno imediato de D. João VI a Portugal e a
anulação do Tratado de 1810 com a Inglaterra.
9) Leia um trecho de uma entrevista
feita por Marcos Strecker com o “brasilianista”, natural dos Estados Unidos,
Kenneth Maxwell (Folha de S.Paulo, 25-11-2007).
FOLHA – Estamos vivendo um momento de novas
interpretações em relação ao período imperial?
MAXWELL – (...) o movimento de independência da década de
1820 não aconteceu no Brasil, mas em Portugal. Foram os portugueses que não
quiseram ser dominados por uma monarquia baseada na América.
Com a rejeição
da dominação brasileira, eles atraíram muitos dos problemas de fragmentação,
guerras civis e descontinuidade que são parecidos com aqueles que estavam
acontecendo na América espanhola.
É sempre
importante, ao pensar a história do Brasil, considerar que ela não se encaixa
em interpretações convencionais. É sempre necessário pensar um pouco de forma
contrafactual, porque a história brasileira não segue a mesma trajetória de
outras histórias das Américas. O rei estava aqui, a revolução liberal estava lá.
A continuidade estava aqui, a descontinuidade estava lá.
Acho que
isto explica muito das coisas que aconteceram depois no Brasil, no século XIX.
“A
história brasileira não segue a mesma trajetória de outras histórias das
Américas”, pois:
(a)
em 1824 foi promulgada a primeira constituição do Brasil, caracterizada pela
divisão e autonomia dos três poderes e por uma legislação social avançada para
os padrões da época, pois garantia o direito de voto a todos os brasileiros.
(b)
com a grave crise estrutural que atingiu as atividades produtivas da Europa no
início do século XIX, restou ao Brasil um papel relevante no processo de
recuperação das bases econômicas industriais, com o fornecimento de algodão,
tabaco e açúcar.
(c)
os princípios e as práticas liberais do príncipe-regente Dom Pedro se chocavam
com o conservadorismo das elites coloniais do centro-sul, defensoras de
restrições mercantilistas com o intuito de conter a ganância britânica pela
riqueza brasileira.
(d)
com as invasões napoleônicas, desorganizaram-se os contatos entre a metrópole
espanhola e seus espaços coloniais na América, situação diversa da verificada
em relação ao Brasil, que abrigou a Corte portuguesa.
(e) a
elite colonial nordestina – voltada para o mercado interno, defensora do
centralismo político-administrativo e da abolição da escravatura – apostava na
liderança e na continuidade no Brasil de Dom João VI para a efetivação desse
projeto histórico.
Continua na próxima postagem (2ª parte)
Respostas
1 (A)
2 (B)
3 (A)
4 (D)
5 (E)
6 (D)
7 (A) – D. João
realmente ordenou a invasão da Guiana Francesa (devolvida ao final da guerra) e
da Banda Oriental do Uruguai (Província Cisplatina – logo anexada ao Brasil).
Entretanto, esses eventos não caracterizam a política externa joanina como
agressiva. Ao contrario disso, é entendida como frágil e tímida pois as medidas
foram regionais, além de não ter atuado diretamente nos conflitos europeus.
8 (A) – D. João
VI enfrentou dois movimentos políticos: a Revolução Pernambucana (1817) e a
Revolução do Porto (1820).
9 (D) – A transferência
da capital de Lisboa para o Rio de Janeiro mostra um aspecto do fenômeno
político conhecido como “Inversão Brasileira”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário