quarta-feira, 25 de outubro de 2017

O século XIX (2) – questões políticas, econômicas, sociais e ideológicas


Formação de novas grandes potências

 A Inglaterra tornou-se grande potência devido a industrialização precoce (século XVIII), a França firmou-se como potência industrial nas primeiras décadas do século XIX, ainda na primeira metade do século XIX despontou a Bélgica.

 Após complexos processos políticos surgiram novas grandes potências na segunda metade do século XIX. Os casos são os que estão apresentados a seguir:

1Estados Unidos (formação territorial e Guerra de Secessão) – o mapa mostra os territórios originais e os adquiridos pelos Estados Unidos após a independência, principalmente durante o século XIX (não aparece o Alasca, adquirido à Rússia em 1867).


A Marcha para Oeste baseou-se na Doutrina do Destino Manifesto e no conceito de Fronteira Móvel. A ocupação dos territórios adquiridos ocorreu com o estímulo à imigração, principalmente através da lei de terras chamada de Homestead Act. As imensas riquezas encontradas no Oeste puderam ser transportadas para o Leste (região urbana e industrial) devido a intensa construção de ferrovias e canais fluviais.

As diferenças econômicas e sociais entre os estados do norte (industriais e com mão de obra livre) e os estados do sul (agroexportadores e escravistas) causou conflitos de interesses quanto às taxas alfandegárias (protecionismo, defendido pelo norte, e livrecambismo, defendido pelo sul). Essas diferenças foram a motivação central da Guerra de Secessão (1861 – 1865), a guerra civil dos Estados Unidos.

Após o final da Guerra de Secessão os Estados Unidos passaram a ter altíssimos índices de expansão de sua capacidade produtiva. Antes do final do século XIX já se apresentava como uma das maiores potências econômicas do mundo.

2Unificação da Itália (nacionalismo italiano) – Até meados do século XIX a Itália era uma região com vários Estados Soberanos. O norte estava em processo de industrialização e tinha alguns Estados controlados pelo Império Austro-Húngaro. Na região central haviam os Estados Pontifícios (controlados pela Igreja Católica). A Região Sul era predominantemente agrária e liderada pelo Reino das Duas Sicílias.


No Reino do Piemonte-Sardenha surgiu um projeto de liderança da unificação das regiões italianas, através de ações militares (guerras). O plano, idealizado por Camilo Benzo (Conde de Cavour), foi liderado pelo rei Victor Emanuel. A França, de Napoleão III, apoiou as campanhas militares dos piemonteses, até que a França fosse derrotada na Guerra Franco-Prussiana.

O revolucionário nacionalista Giuseppe Garibaldi liderou uma revolução unificadora na região Sul e entregou o governo ao rei Victor Emanuel. Os Estados Pontifícios foram anexados em 1870, quando Roma passou a ser a capital do Reino da Itália.

Nessa época teve início a Questão da Igreja, quando o Papa Pio IX não reconheceu o Estado Italiano e declarou-se prisioneiro do governo da Itália.

3Unificação da Alemanha (nacionalismo alemão) – A região da Alemanha era composta por um grande número de Estados Soberanos: reinos, principados e cidades livres. Os principais reinos da região eram a Prússia e a Áustria, que disputavam a liderança dos Estados Alemães.

Em 1834 foi criado o Zollvenrein, liderado pela Prússia. Foi uma aliança alfandegária (aduaneira) que reuniu 39 Estados da região germânica, deixando de fora a Áustria.

Na Prússia foi desenvolvido um complexo plano para a liderança militar da unificação da região germânica. As estratégias foram desenvolvidas por Otto von Bismarck, primeiro ministro do rei Guilherme, da Prússia.


Bismarck manipulou os interesses dos governos da época e conseguiu sucesso em guerras contra a Dinamarca (Guerra dos Ducados), contra a França (Guerra Franco-Prussiana) e contra a Áustria.

Em 1871 Guilherme I foi coroado Kaiser da Alemanha (tradução aproximada: imperador).

4Japão (modernização – Era Meiji) – até o início do século XIX o Império do Japão era predominantemente rural, muito atrasado tecnicamente e fechado ao comércio com o ocidente. A liderança política era exercida pelo comandante militar que tinha o título de Xogum (fase do Xogunato), o imperador era fraco e havia lideranças regionais dominadas por famílias poderosas.

A esquadra dos Estados Unidos, sob a liderança do Comodoro Perry, forçou o governo japonês a aceitar um desfavorável acordo comercial (1854). Outras grandes potências forçaram os japoneses a aceitarem acordos comerciais semelhantes ao conquistado pelos Estados Unidos (abertura comercial do Japão).

Ocorreu om Golpe de Estado, organizado por representantes das famílias mais poderosas, que impôs o jovem imperador Mutsuhito como chefe de Estado e encerrou a fase do Xogunato (1867).

Foi o início da modernização do Japão, que passou a adotar técnicas ocidentais e a intervenção do Estado na economia. Essa fase focou conhecida como Era Meiji (1868 – 1912)


Na passagem do século XIX para o século XX o Japão já se mostrava um país moderno, urbano e industrial. Já disputava os mercados mundiais com as grandes potências ocidentais.


Exercícios:
Formação de novas potências

1) A respeito dos Estados Unidos no século XIX, responda o que era:

(a) a Marcha para Oeste.

(b) o conceito de Fronteira Móvel.

(c) o Homestead Act.

2) Apresente os principais motivos que levaram à Guerra de Secessão, nos Estados Unidos.

3) Por que Napoleão III apoiou os planos expansionistas dos piemonteses, na Itália?

4) Explique a importância do Zollvenrein.

5) Explique o apoio das burguesias industriais aos processos de unificação dos territórios nacionais.

6) Quais foram as formas encontradas pelos japoneses para levar as técnicas ocidentais para aplicar em seu desenvolvimento?

Nenhum comentário:

Postar um comentário