Formação de novas grandes potências
A Inglaterra
tornou-se grande potência devido a industrialização precoce (século XVIII), a França firmou-se como potência
industrial nas primeiras décadas do século XIX, ainda na primeira metade do
século XIX despontou a Bélgica.
Após
complexos processos políticos surgiram novas grandes potências na segunda metade do século XIX. Os casos
são os que estão apresentados a seguir:
1 – Estados
Unidos (formação territorial e Guerra de Secessão) – o mapa mostra os
territórios originais e os adquiridos pelos Estados Unidos após a independência,
principalmente durante o século XIX (não aparece o Alasca, adquirido à Rússia
em 1867).
A
Marcha para Oeste baseou-se na Doutrina do Destino Manifesto e no
conceito de Fronteira Móvel. A ocupação dos territórios adquiridos
ocorreu com o estímulo à imigração, principalmente através da lei de
terras chamada de Homestead Act. As imensas riquezas encontradas no
Oeste puderam ser transportadas para o Leste (região urbana e industrial)
devido a intensa construção de ferrovias e canais fluviais.
As
diferenças econômicas e sociais entre os estados do norte (industriais e com
mão de obra livre) e os estados do sul (agroexportadores e escravistas) causou
conflitos de interesses quanto às taxas alfandegárias (protecionismo, defendido
pelo norte, e livrecambismo, defendido pelo sul). Essas diferenças foram
a motivação central da Guerra de Secessão (1861 – 1865), a guerra civil
dos Estados Unidos.
Após
o final da Guerra de Secessão os Estados Unidos passaram a ter altíssimos
índices de expansão de sua capacidade produtiva. Antes do final do século XIX
já se apresentava como uma das maiores potências econômicas do mundo.
2 – Unificação
da Itália (nacionalismo italiano) – Até meados do século XIX a Itália era
uma região com vários Estados Soberanos. O norte estava em processo de
industrialização e tinha alguns Estados controlados pelo Império
Austro-Húngaro. Na região central haviam os Estados Pontifícios (controlados
pela Igreja Católica). A Região Sul era predominantemente agrária e liderada
pelo Reino das Duas Sicílias.
No
Reino do Piemonte-Sardenha surgiu um projeto de liderança da unificação
das regiões italianas, através de ações militares (guerras). O plano, idealizado
por Camilo Benzo (Conde de Cavour), foi liderado pelo rei Victor
Emanuel. A França, de Napoleão III, apoiou as campanhas militares
dos piemonteses, até que a França fosse derrotada na Guerra Franco-Prussiana.
O
revolucionário nacionalista Giuseppe Garibaldi liderou uma revolução
unificadora na região Sul e entregou o governo ao rei Victor Emanuel. Os
Estados Pontifícios foram anexados em 1870, quando Roma passou a ser a capital
do Reino da Itália.
Nessa
época teve início a Questão da Igreja, quando o Papa Pio IX não
reconheceu o Estado Italiano e declarou-se prisioneiro do governo da Itália.
3 – Unificação
da Alemanha (nacionalismo alemão) – A região da Alemanha era composta por
um grande número de Estados Soberanos: reinos, principados e cidades livres. Os
principais reinos da região eram a Prússia e a Áustria, que
disputavam a liderança dos Estados Alemães.
Em
1834 foi criado o Zollvenrein, liderado pela Prússia. Foi uma aliança
alfandegária (aduaneira) que reuniu 39 Estados da região germânica,
deixando de fora a Áustria.
Na
Prússia foi desenvolvido um complexo plano para a liderança militar da
unificação da região germânica. As estratégias foram desenvolvidas por Otto
von Bismarck, primeiro ministro do rei Guilherme, da Prússia.
Bismarck manipulou os interesses dos
governos da época e conseguiu sucesso em guerras contra a Dinamarca
(Guerra dos Ducados), contra a França (Guerra Franco-Prussiana) e contra
a Áustria.
Em 1871 Guilherme I foi coroado Kaiser
da Alemanha (tradução aproximada: imperador).
4 – Japão
(modernização – Era Meiji) – até o início do século XIX o Império do Japão era
predominantemente rural, muito atrasado tecnicamente e fechado ao comércio com
o ocidente. A liderança política era exercida pelo comandante militar que tinha
o título de Xogum (fase do Xogunato), o imperador era fraco e havia lideranças
regionais dominadas por famílias poderosas.
A esquadra dos Estados Unidos, sob a
liderança do Comodoro Perry, forçou o governo japonês a aceitar um desfavorável
acordo comercial (1854). Outras grandes potências forçaram os japoneses a
aceitarem acordos comerciais semelhantes ao conquistado pelos Estados Unidos
(abertura comercial do Japão).
Ocorreu om Golpe de Estado, organizado
por representantes das famílias mais poderosas, que impôs o jovem imperador Mutsuhito
como chefe de Estado e encerrou a fase do Xogunato (1867).
Foi o início da modernização do Japão,
que passou a adotar técnicas ocidentais e a intervenção do Estado na economia.
Essa fase focou conhecida como Era Meiji (1868 – 1912)
Na
passagem do século XIX para o século XX o Japão já se mostrava um país moderno,
urbano e industrial. Já disputava os mercados mundiais com as grandes potências
ocidentais.
Exercícios:
Formação de novas
potências
1) A respeito dos Estados Unidos no século XIX, responda o que
era:
(a) a Marcha para Oeste.
(b) o conceito de Fronteira
Móvel.
(c) o Homestead Act.
2) Apresente os principais motivos
que levaram à Guerra de Secessão, nos Estados Unidos.
3) Por que Napoleão III apoiou os planos expansionistas dos
piemonteses, na Itália?
4) Explique a importância do Zollvenrein.
5) Explique o apoio das burguesias industriais aos processos de
unificação dos territórios nacionais.
6) Quais foram as formas
encontradas pelos japoneses para levar as técnicas ocidentais para aplicar em
seu desenvolvimento?
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