segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Era Napoleônica (1799 – 1815) - resumo


       Foi a fase em que a liderança política na França esteve nas mãos do General Napoleão Bonaparte. A época se caracteriza como autoritária, embora com avanços e criação de instituições de grande importância para a França e copiadas posteriormente em outros países.
1) Consulado (1799 – 1804)

- A liderança do governo seria repartida entre três pessoas, com o título de “Cônsul” – Roger Ducos, Emmanuel Roger Seiyès (abade) e o general Napoleão Bonaparte (pouco depois Ducos e Seiyès foram substituídos por Jean-Jacques-Régis de Cambacérès e Charles-François Lebrun).

- Napoleão conseguiu se impor como Primeiro Cônsul (a liderança se sobrepôs às dos outros dois cônsules).

- Grandes realizações – criação do Banco da França, Código de Direito Civil (Código Napoleônico), conseguiu implementar o desenvolvimento econômico e neutralizar as ameaças militares estrangeiras.

- Plebiscito – a elite francesa escolheu entre monarquia e república (a maioria optou pela monarquia, na forma de império) – voto censitário.
2) Império (1804 – 1815)

- Expansão militar francesa na Europa. – A França impôs crescente controle militar ou político na Europa.

- Napoleão extinguiu o Sacro Império Romano Germânico.

- Fracassou a tentativa de invasão à Inglaterra (derrota francesa na Batalha Naval de Trafalgar).

- Criação do Bloqueio Continental (1806) – nenhum país europeu poderia fazer comércio com as ilhas britânicas (o objetivo seria enfraquecer economicamente a Inglaterra).

- O rei da Espanha não aceitou participar do Bloqueio Continental – a Espanha foi invadida e o rei foi preso (o país mergulhou em guerra de guerrilha).

- Em Portugal governava D. João, como Príncipe Regente. – Tentou ganhar tempo e não assumir uma posição, nem a favor, nem contra Napoleão. Portugal foi invadido por tropas francesas no final de 1807. A corte portuguesa foi transferida para o Rio de Janeiro.

- Em 1812 o Czar da Rússia, Alexandre I, anunciou o rompimento com o Bloqueio Continental. Napoleão resolveu invadir a Rússia. A campanha da Rússia resultou em grande fracasso.

- Houve crescente reação aos domínios franceses na Europa. Decadência do Império Napoleônico.

- Nova coligação de reinos atacou a França. Napoleão foi derrotado e exilado na Ilha de Elba (Itália) – 1814.

- Napoleão fugiu e retornou à França. Retomou o poder – Foi o “Governo dos 100 dias”.

- Forças britânicas derrotaram Napoleão em sua última batalha, em Waterloo (1815). – O general Bonaparte foi exilado nas Ilhas Santa Helena (Atlântico), onde permaneceu até a sua morte em 1824.

3) Congresso de Viena (1815)

- Reuniu representantes dos reinos europeus que foram atingidos pela expansão napoleônica.

- Foi liderado pelas grandes potências que derrotaram a França Napoleônica (Inglaterra, Áustria, Rússia e Prússia).

- Objetivos: conservadorismo (retorno ao absolutismo); princípio da legitimidade (retorno das dinastias tradicionais aos tronos dos reinos europeus); equilíbrio entre as grandes potências; reorganização do mapa político da Europa (alguns reinos foram criados, outros desapareceram).

Obs – A Santa Aliança foi criada com objetivo de ser uma força militar intervencionista. Prometia intervenções militares em qualquer local onde ocorresse nova revolução liberal. Inicialmente foi formada pela Áustria, Rússia e Prússia.


Revolução Francesa - resumo → revolução burguesa


I – Antecedentes (Pré-condições)

- Manutenção do Antigo Regime (absolutismo + mercantilismo).

- Permanência de privilégios feudais para a nobreza.

- Dificuldades de desenvolvimento econômico (enquanto a concorrente, Inglaterra, estava em plena Revolução Industrial).

- Quebras sucessivas de colheitas → falta de alimentos, preços elevados, fome nas camadas mais pobres.

- Desemprego nas camadas urbanas (Sans Culottes).

- Insatisfação do Terceiro Estado → impostos elevados, corrupção na administração pública, elevados gastos com a corte do rei Luís XVI, frequente envolvimento da França em guerras internacionais, etc.

- Difusão das ideias políticas iluministas (liberalismo) – livros, jornais e panfletos.

- Dificuldades financeiras – o governo francês não tinha mais recursos e os bancos se recusavam a emprestar dinheiro.

II – Início do processo revolucionário

1) Assembleia dos Estados Gerais

- Estava baseada na divisão tradicional da sociedade francesa → Primeiro Estado e Segundo Estado (privilegiados), Terceiro Estado (pagava impostos – 98% da população).

- Era normalmente reunida para aprovar novos impostos, mas não era acionada desde que o absolutismo se consolidou.

- A votação da proposta do rei (aprovação ou rejeição) era realizada por Estado.

- A tendência seria sempre de aprovação pois o Primeiro e o Segundo Estados não pagavam impostos.

- Formação: Primeiro Estado (clero católico); Segundo Estado (nobreza); Terceiro Estado (burguesia e povo).

Obs1 – Povo (arraia miúda) – trabalhadores rurais (inclusive servos), pequenos proprietários rurais, classe média, artesãos, operários e demais trabalhadores urbanos.

- Na reunião, os representantes do Terceiro Estado pediram mudanças nas regras de votação – o rei não aceitou.

- Os representantes do Terceiro Estado, reforçados por dissidentes do Primeiro e do Segundo Estados, reuniram-se no Salão do Jogo de Pèla.

2) Assembleia Nacional Constituinte

- As reuniões resultaram na elaboração de dois documentos muito importantes:

(a) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (defende o liberalismo e as bases da sociedade burguesa e capitalista).

(b) A Primeira Constituição Francesa (baseada no pensamento iluminista).

3) Jornadas Populares Revolucionárias

- Sublevação de camponeses – Grande Medo (muitos nobres fugiram para o exterior – eram os “emigrados”).

- Barricadas em Paris – revoltas populares.

- Queda da Fortaleza da Bastilha (14 de julho de 1789) – simboliza o início da Revolução Francesa (a fortaleza foi invadida, por forças populares, em desafio à autoridade do rei).

- Cerco popular ao palácio – Luís XVI, refém, aceita os limites ao poder do rei (fim do absolutismo).
III – Monarquia Constitucional

- O rei passou a ser apenas chefe do Poder Executivo (Estado dividido em três especialidades: Executivo, Legislativo e Judiciário)

- Poder Legislativo: Assembleia Legislativa → composta por deputados de quatro partidos políticos:

1) Girondino – representante da alta burguesia (propostas conservadoras – a monarquia constitucional seria suficiente)

2) Jacobino – representante da pequena burgueia (propostas de mudanças radicais – queriam o fim da monarquia e a implantação da república).

3) Feuilland – representava segmentos da elite (alta burguesia, clero e nobreza) – queriam manter a monarquia constitucional.

4) Cordelier – defendiam propostas populares e radicais.

Obs2 – os representantes do partido Girondino e do Partido Jacobino ficavam sempre nas cadeiras da parte alta do salão de reuniões, de onde vem o apelido de montanha (eram os principais partidos). Os outros partidos ficavam sempre nas cadeiras da parte baixa do salão, o que valeu receberem os apelidos de “Planície” ou de “Pântano” (eram também destacados como “Fiéis da Balança”).

Obs3 – Os Jacobinos eram radicais, ficavam sempre do lado direito do salão de reuniões. Os girondinos eram conservadores, ficavam sempre do lado direito do salão. Essa é a origem da gíria política usada até hoje: direita e esquerda política.
 IV – Fase da Convenção (república) → Fase do Terror

- O rei Luís XVI fez um acordo com o rei da Áustria para derrubar o governo revolucionário francês, em seguida tentou fugir da França.

- Luís XVI foi preso, julgado por traição, condenado à morte e executado na guilhotina.

- A França passou a ser governada pelo Comitê de Salvação Pública, controlado pelos jacobinos (liderados por Maximíliem Robespierre).

- Foi implantada a República.

- Medidas: fim da escravidão nas colônias francesas; abolição de todos os privilégios; divisão das grandes propriedades; tabelamento de preços de produtos essenciais; ajuda aos indigentes e educação básica obrigatória e gratuita.

- Revolta da Vendeia – foi um movimento monarquista e contrarrevolucionário (foi massacrado pelo governo republicano).

- Coligação Antifrancesa – reinos absolutistas uniram-se para atacar a França revolucionária (formação das Brigadas Populares Revolucionárias) – os franceses venceram.

- Eliminação dos opositores (principalmente girondinos e nobres em geral) – a guilhotina foi muito usada.

- Mudanças: calendário revolucionário, constituição civil do clero, a segunda constituição francesa, etc

- Em 1795 aconteceu o “Golpe de 9 Termidor”, um golpe de Estado liderado por Girondinos. Robespierre foi preso e condenado à morte, na Guilhotina.
V – Governo do Diretório.

- Liderança dos Girondinos (alta burguesia).

- Época de forte instabilidade política interna.

- Grave crise econômica e financeira.

- Perigo externo devido a formação da Segunda Coligação Antifrancesa.

- Conspiração dos Iguais – liderada por Gracchus Babeuf – pretendia tomar o poder e implantar mudanças populares (derrotada).

- Em 1799 aconteceu o Golpe do 18 Brumário – fim do período Revolucionário Francês – destaque para a participação do jovem general Napoleão Bonaparte.